Um grande número de evidências científicas tem surgido mostrando que características psicológicas positivas, como propósito de vida e gratidão, estão associadas a melhores desfechos em saúde, incluindo longevidade. Apesar disso, a clínica e a pesquisa no campo da saúde mental tradicionalmente se focaram na diminuição das emoções negativas e dos sintomas das doenças em si. Embora os esforços nestas áreas tradicionais sejam de grande importância, para desenvolver o enorme potencial humano parece ser necessário ampliar o foco de pesquisa e de aplicação clínica.
Estudar a saúde mental positiva é olhar para o ser humano visando o florescimento para além do adoecimento, vislumbrando o desenvolvimento do bem-estar emocional e psicológico para além da ausência de sintomas. Para tanto, estratégias clínicas que utilizam gratidão, apreciação, esperança, perdão, compaixão e virtudes são particularmente necessárias. Nas últimas décadas, a psicologia positiva e mais recentemente a psiquiatria positiva têm sido as principais fontes aglutinadoras dos esforços neste campo. Outras áreas também convergem com este olhar de florescimento, como a psicologia humanista, a psicologia transpessoal, a terapia da compaixão, a logoterapia e a psicologia junguiana.