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Filosofia abençoada

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 6 de junho de 2024

Desde os primórdios do pensamento lúcido tem-se a questão basilar da vida após a vida, isto é, da existência do ser após a morte do corpo, e o ser humano vem procurando resposta para a magna questão. Durante este larguíssimo período de tempo sempre houve fenômenos paranormais que pareciam proceder da Espiritualidade.

A princípio apavorantes, conforme o estado de desenvolvimento ético-moral de cada civilização, para logo depois surgirem manifestações que afirmavam a existência do ser após a sua morte.

Os indivíduos que pareciam ser instrumentos de tais informações receberam denominações variadas: arúspices, taumaturgos, adivinhadores, sacerdotes, profetas, sensitivos, médiuns etc.

Graças a essas observações, que se tornaram muito comuns, também surgiram os conceitos de feiticeiros, psicopatas, histéricos, mistificadores, e sórdidas perseguições religiosas sofreram por ignorância e fanatismo.

Por fim, no século XIX, graças à irrupção de manifestações múltiplas na América do Norte e na Europa, particularmente na França, na Inglaterra, na Alemanha e em outros países, tais fenômenos foram estudados cuidadosa e criteriosamente por sábios que lhes dedicaram tempo e valor em pesquisas que ficaram célebres.

Decorreu que a maioria desses sábios – a iniciar-se por William Crookes, o notável autor dos raios catódicos, na Inglaterra, e Charles Richet, na França, denominado pai da Fisiologia, que foi homenageado com o Prêmio Nobel – confessou a realidade das manifestações parafísicas, também denominadas metapsíquicas, portanto, afirmando a existência da vida após a morte.

Na atualidade, estudiosos de várias áreas do conhecimento, especialmente das doutrinas psicológicas, chegam à conclusão de que a morte não elimina a vida.

Nesse ínterim, a 18 de abril de 1857, o professor Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec, publicou em Paris, na Livraria Dentu, em Palais-Royal, uma obra denominada O Livro dos Espíritos, que passou a ser a estrutura doutrinária de tais fenômenos sob o nome de Espiritismo.

Definiu o Espiritismo como “a ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos Espíritos e as relações que existem entre o mundo físico e o espiritual”.

A partir deste momento, tais manifestações passaram a apresentar uma filosofia existencial baseada no Evangelho de Jesus. A sua moral é exatamente a mesma proposta por Jesus há dois mil anos, que prometeu voltar à Terra para proporcionar a felicidade às criaturas humanas.

Esta é uma filosofia abençoada que explica com lógica e fatos quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

Deste modo, o nosso destino e tudo quanto ocorre tem a ver com o nosso comportamento moral e mental, estruturado no equilíbrio emocional para a conquista da saúde integral.