CENTRO ESPÍRITA

História

Toda edificação, para não ruir nem sofrer abalos danosos, tem os seus alicerces construídos tecnicamente, com base em cálculos matemáticos exarados em projeto arquitetônico consolidado pela Engenharia Civil, por meio da construção dos pilares, vigas, paredes, sistema hidráulico, elétrico etc.

Um centro espírita, contudo, antes de iniciar sua projeção física na Terra, tem a sua ideia elaborada no Mundo espiritual.

O Centro Espírita Caminho da Redenção, por exemplo – que desde 7 de setembro 1947, quando foi fundado pelo médium Divaldo Franco, Nilson de Souza Pereira e outros coidealistas, está enraizado no planeta terrestre na nação destinada a ser o “Coração do Mundo” e a “Pátria do Evangelho” –, teve o seu ponto de partida nos ideais da Casa do Caminho, criada por Simão Pedro e outros apóstolos do Cristianismo nascente.

Muitos outros cristãos daqueles tempos heroicos foram personalidades motivadoras para a dinamização da Casa do Caminho, e uma dessas personalidades foi Joana de Cusa, que “acompanhava as pregações do Mestre às margens do lago de Cafarnaum”. Em momentos de dificuldades e de conflitos pessoais, vamos encontrá-la, muitas vezes, em colóquio íntimo e fraterno com Jesus, que a aconselhava a permanecer sempre fiel.

Joana foi, sem dúvida, uma das mulheres da Galileia que estavam presentes quando Jesus foi sepultado e visitaram o túmulo no domingo da ressurreição, conforme lemos em Lucas, 23:55 a 56 e 24:10.

O comprometimento de Joana com a fidelidade a Jesus concretiza-se no ano de 68 da Era Cristã, quando ela é submetida ao poste do martírio e à fogueira pela impiedade dos seus algozes, e, mesmo sob flagelações e ameaçada de morte, não abjura de sua fé.

Mais tarde, essa vigorosa mártir dos primórdios da Era Cristã fortaleceu a sua fé em Deus e em Jesus em experiências reencarnatórias edificantes e sacrificiais, sendo as mais conhecidas e biografadas aquelas vivenciadas nas personalidades de Clara de Assis (1194-1253), Juana Inés de Asbaje y Ramirez de Santillana – que adotaria o nome de Sóror Juana Inés de la Cruz (1651-1695) – e Joana Angélica de Jesus (1761-1822).

Esse fidelíssimo Espírito conhecia as lições do Cristo e os ideais franciscanos, bem como a promessa do Rabi da Galileia sobre a vinda à Terra do Consolador (João, 14:15 a 17 e 26), e, durante aquelas vidas sucessivas evolutivas ocorridas na Palestina, na Itália, no México e no Brasil, em 18 séculos de qualificação e devoção religiosa, preparou-se para compor a equipe espiritual do codificador Allan Kardec, que assumiria em Paris, na França, pelos idos de 1856, a missão de concretizar e consolidar o advento do Novíssimo Testamento, que é o Espiritismo. Na construção do Pentateuco Kardequiano, contribuiu de forma direta com duas mensagens ditadas em 1862, nas cidades de Havre e Bordéus, assinadas como Um Espírito Amigo, as quais foram inseridas em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulos IX, item 7, e XVIII, item 15, intituladas “A paciência” e “Dar-se-á àquele que tem”, respectivamente.

Provavelmente, durante o período de elaboração e de concretização da Doutrina Espírita, que perdurou durante os anos de 1854 a 1869, ou seja, desde a iniciação até a desencarnação de Allan Kardec, e conhecendo o destino futuro da novel doutrina, que seria transladada das terras históricas da França para as terras formosas do Cruzeiro do Sul, o Brasil, foi que idealizou, com a sua equipe de seguidores e afeiçoados desde os tempos primitivos cristãos, a materialização, na Terra, de uma instituição genuinamente espírita, nos moldes da primeira organização espírita mundial fundada pelo mestre de Lyon em 1º de abril de 1858, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, com regulamento próprio oficializado.

Durante suas trajetórias evolutivas, acima identificadas, no decorrer dos séculos, esse dedicado Espírito sempre esteve envolvido e comprometido com organizações de essência religiosa, a exemplo da Casa do Caminho, em Jerusalém, com a qual certamente colaborou na realização dos seus labores de auxílio aos filhos do Calvário, mesmo a distância, porque residia em Cafarnaum; um Mosteiro da Segunda Ordem Franciscana, das mulheres, nos tempos de Francisco de Assis; da Ordem das Carmelitas Descalças e do Convento de São Jerônimo, no século XVII, em San Miguel Nepantla, no México, e do Convento da Lapa, em Salvador, Bahia, Brasil.

O advento do Consolador, em meados do século XIX, traria ao mundo um novo perfil de organização espiritual, idealizada por Allan Kardec: o Centro Espírita. Em 1864, por exemplo, já existiam perto de mil centros espíritas sérios, conforme ele assegura na Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo.

Certamente esse Espírito benfeitor – que iniciaria o labor de sua nova fase de fidelidade a Jesus promovendo ações diretamente do Mundo espiritual no Brasil e em outras partes do mundo, que se identificaria, a partir dos labores psicográficos em 1949, utilizando-se da mediunidade de Divaldo Franco, como Um Espírito Amigo e, posteriormente, a partir de 1956, como Joanna de Ângelis – conhecia o pensamento de Allan Kardec acerca dos objetivos elevados que envolviam uma instituição espírita, conforme está exarado em O Livro dos Médiuns, no qual ele tece comentários acerca das sociedades regularmente constituídas: “Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã”.

Acompanhemos o relato de Celeste Carneiro e de Divaldo Franco constante do livro A veneranda Joanna de Ângelis:

“No Mundo espiritual Joanna estagia numa bonita região próxima da crosta terrestre – a Colônia Redenção. Quando vários Espíritos ligados a ela, antigos cristãos equivocados, preparavam-se para reencarnar, reuniu a todos e planejou construir na Terra, sob o céu da Bahia, no Brasil, uma cópia, embora imperfeita, da comunidade onde estagiava no Plano espiritual, com o objetivo de, redimindo os antigos cristãos, criar uma experiência educativa que demonstrasse a viabilidade de se viver numa comunidade realmente cristã, nos dias atuais […]. Engenheiros capacitados foram convidados para traçar os contornos gerais dos trabalhos e instruir os pioneiros da futura obra.

Quando estava tudo esboçado, Joanna entrou em contato com Francisco de Assis, solicitando que examinasse os seus projetos e auxiliasse na sua concretização, no plano material. O Pobrezinho de Deus concordou com a mentora e se prontificou a colaborar com a obra, desde que ‘nessa comunidade jamais fosse olvidado o amor aos infelizes do mundo, ou negada a caridade aos filhos do Calvário, nem se estabelecesse a presunção que é vérmina a destruir as melhores edificações do sentimento moral’”.

E concluem os autores: “Quase um século foi passado, quando os obreiros do Senhor iniciaram na Terra, em 1947, a materialização dos planos de Joanna, que inspirava e orientava, secundada por técnicos espirituais dedicados […]”.

O Centro Espírita Caminho da Redenção, portanto, é um exemplo de Instituição Espírita que, muito antes de sua fundação, foi idealizada e planejada para acompanhar os passos de Jesus em eficazes ações doutrinárias, educacionais, culturais e de benemerência social, mantendo-se fiel às veredas abertas por Allan Kardec, seguindo a trilha já demarcada pelo dedicadíssimo codificador da Doutrina, e as diretrizes estabelecidas por Francisco de Assis e Joanna de Ângelis. Daí a sua aura de perenidade, de respeitabilidade, do incontestável apoio espiritual que recebe das Entidades elevadas que promovem a concretização do homem de bem e da instalação definitiva do Reino de Deus na Terra.

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