Afirma-se que na noite de 31 de maio de cada ano a Mãe Santíssima da humanidade, com o cortejo de seres bem-aventurados, visita as Regiões inferiores da Terra, tradicionalmente chamadas Inferno, Purgatório, Umbral, e, fazendo descer o seu escapulário luminoso até aos infelizes que ali se encontram em profundo padecimento espiritual, retira-o com aqueles que o seguram desesperados…
Trata-se da soberana misericórdia da Senhora dos anjos atendendo os apelos de quantos viveram as paixões perversas e desencarnaram com expressivas culpas, reparando pela dor os sofrimentos que causaram ao seu próximo e a si mesmos, não havendo cumprido as Leis de amor que vigem em todo o Universo.
Chico Xavier, o venerando apóstolo da caridade e do bem, narrava que a Rainha Santa de Portugal realiza o mesmo mister, em determinado dia da semana, homenageando com essa grandiosa bênção a Rosa Mística de Nazaré.
Equivale a dizer que o amor jamais abandona até mesmo aqueles que o desprezam, o espezinham ou o envilecem.
Esses Espíritos imensamente endividados perante o Divino Tribunal são aquinhoados com nova oportunidade de reparar os seus débitos morais e espirituais, arrependidos profundamente dos delitos praticados nos quais se enlearam.
Logo após, alguns permanecem no Mais Além em comunidades reparadoras, nas quais se preparam para futuros renascimentos no planeta, sob os efeitos dos atos perpetrados. Outros são, de imediato, conduzidos à reencarnação e recomeçam no corpo físico mutilados, em situações deploráveis a que fazem jus, quando não vitimados por patologias mentais amargas ou em obsessões afligentes.
Ninguém consegue evitar o cumprimento das Soberanas Leis da Vida, mesmo que se utilize de toda habilidade possível para corromper, enganar, desrespeitar e fugir sine die das consequências do seu comportamento.
Por um bom período brilham na sociedade, desprezam a dignidade, pervertem e pervertem-se, inscrevendo o futuro destino que deverão viver.
Não foi por outra razão que Jesus estabeleceu o amor ao próximo como sendo o mandamento essencial para a felicidade.
A existência na Terra não é única e não tem a finalidade de transformar-se numa viagem ao país da fantasia, mas de uma experiência de caráter evolutivo para todos os seres na busca da perfeição relativa, que lhes está destinada.
Desta forma é necessário que o ser humano, creia ou não, procure praticar o bem de todas as formas ao seu alcance, fazendo da sua jornada carnal um aprendizado constante e enriquecedor.
As religiões funcionam como métodos pedagógicos para a aprendizagem, mas o importante é a conduta em qualquer uma ou em nenhuma…
Medita, pois, no que tens feito dos teus dias e busca o amor.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 29 de maio de 2023.