Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 29 de fevereiro de 2024.
Narra Leon Tolstói que, oportunamente, um sacerdote, caminhando pelo campo, encontrou um lavrador trabalhando a terra. De imediato lhe chamou a atenção, dizendo: – Você deveria estar na Igreja orando a Deus.
O humilde trabalhador parou por um pouco o ofício e respondeu: – Senhor, eu estou orando.
Após um momento de silêncio, respondeu o religioso: – Faz bem, porque arar é orar.
Nestes atuais dias tumultuosos, o ser humano encontra-se imensamente aturdido em face dos acontecimentos perturbadores de que se sente vítima.
A pandemia, que ainda prossegue com menos rigor, as consequências de vária ordem que permanecem no mundo, as guerras e os murmúrios de mais guerras, o desrespeito aos códigos de ética e de comportamento descambam em tremendas manifestações de violência.
As estatísticas sobre furto, roubo, homicídios, feminicídios e de outras espécies são alarmantes, criando uma psicosfera de horror.
Como efeito, os transtornos psicológicos atingem não apenas os jovens que se sentem desnorteados, mas todos os indivíduos que nos encontramos no planeta que dá início, assim esperamos, a uma grande transformação para mundo de paz, previsto pelas Escrituras e particularmente pela Doutrina Espírita.
Os Espíritos rebeldes que ora despertam as suas potencialidades retidas através do tempo pela educação e cultura liberam-nas e dão larga aos sentimentos de vilania, de degradação e de orgia que recordam os terríveis dias de alguns imperadores de Roma no passado.
As dores morais somam-se àquelas físicas, e as doutrinas médicas estão convidadas a grandes desafios no que diz respeito à saúde.
Felizmente as conquistas extraordinárias da tecnologia, especialmente no que diz respeito à inteligência artificial, propõem grandes desafios para os dias presentes e os porvindouros.
Nunca, qual ocorre nestes dias, tivemos tanta necessidade de orar, porque através da oração sintonizamos com as Fontes Inexauríveis da Misericórdia Divina.
O Deus Criador propõe desde o início do Universo o amor, a união de todos e de tudo num equilíbrio homogêneo, de que Jesus se fez o Mensageiro especial quando esteve conosco na Terra, e prossegue inspirando-nos à prática do bem, apesar dos nossos desaires e alucinações.
Façamos um compromisso com o bem de contribuir em favor da paz e do mundo melhor com a nossa contribuição, mínima que seja, mas que auxiliará a chegada da Era Nova pela qual todos aspiramos.
Orar, como propôs Tolstói, é agir de maneira positiva em todas as atividades a que nos entreguemos, tenham ou não caráter religioso, objetivando o progresso da sociedade na qual nos encontramos colocados.
Não nos deixemos abater. Permaneçamos na luta.
Oremos hoje e sempre!